Muito se difunde na mídia a respeito dos benefícios de uma dieta sem glúten para a saúde e perda de peso. Se eu retirar o glúten da dieta, serei mais saudável e terei mais facilidade em emagrecer?
Vamos lá…
Cerca de 1% da população mundial é portadora de doença celíaca, uma doença autoimune, onde ocorre a inflamação do intestino ao mínimo consumo de glúten, uma proteína presente no trigo, cevada e centeio. Os sintomas são importantes e limitantes, como diarreia, perda de peso, anemia, deficit de crescimento, entre outros. Neste caso, a suspensão do glúten é essencial e deve ser rigorosa, devendo haver inclusive o cuidado com contaminações e uso compartilhado de panelas e talheres.
Já outros 6% da população apresentam uma condição chamada “Intolerância ao glúten não-celíaca”, onde os exames diagnósticos para doença celíaca estão normais, mas há nítida correlação entre a ingesta do trigo e alguns sintomas, como gases, diarreia e distensão abdominal. São toleradas quantidades variáveis de glúten na dieta, mas ele não precisa ser totalmente eliminado da dieta. Sua redução se deve aos incômodos causados, mas não ao risco de lesões intestinais ou danos mais graves.
Cerca de 1% da população tem, ainda, alergia ao trigo, que desencadeia sintomas alérgicos, como falta de ar, reações na pele e até choque anafilático.
Para o restante da população, no entanto, não há, até o momento, nenhum benefício comprovado na retirada do glúten da dieta, nem correlação com a perda de peso. Pelo contrário, a suspensão de produtos integrais, por exemplo, pode reduzir o teor de fibras e vitaminas da alimentação.
Se você acredita possuir algum distúrbio relacionado a glúten, procure um médico antes de fazer a restrição alimentar. Depois que uma pessoa evita o glúten por um tempo, torna-se difícil fazer o diagnóstico, além da possibilidade de restrições alimentares desnecessárias.