A candidíase vulvovaginal (CVV) é considerada uma doença de origem multifatorial, dependente da virulência do patógeno, de fatores predisponentes individuais e imunológicos. No entanto, cerca de 20-30% das pacientes são mulheres saudáveis, sem qualquer fator de risco, sugerindo também a associação com uma possível origem de base genética e étnica.

O quadro clínico é caracterizado principalmente por prurido vaginal (observado em cerca de 90% dos casos), corrimento (geralmente sem odor), hiperemia, dor e queimação vaginal, dispareunia e disúria. O tratamento da candidíase vaginal em sua fase aguda inclui derivados imidazólicos tópicos e, em mulheres não-gestantes, podem ser utilizados também os triazóis por via oral, (como o fluconazol, itraconazol, posaconazol e voriconazol), polienos (como a nistatina) e a ciclopiroxolamina.

Em casos de CVV recorrente, recomenda-se o tratamento com fluconazol 200mg por via oral em esquema regressivo. No entanto, um dos principais desafios no tratamento da CVV é a alta taxa de recorrência: cerca de metade das pacientes apresentam recidivas pouco tempo após o tratamento inicial. Assim, apesar da grande heterogeneidade dos estudos quanto à população estudada, tipos de tratamentos, cepas probióticas utilizadas e tempo de seguimento, os probióticos apresentam-se como uma opção efetiva e segura na redução dos índices de recidiva e aumento nas taxas de remissão e cura, associados ao tratamento convencional.

Dentre as cepas que apresentaram bons resultados, temos o L. plantarum I1001 por via vaginal (associado ao clotrimazol 500mg em dose única), L. rhamnosus GR-1 com L. reuterii RC-14 por via oral (associados ao fluconazol por via oral) e L. rhamnosus DSM-14870 com L. gasseri DSM-14869 por via vaginal (também associados ao fluconazol por via oral).

Referências:

Farr A, Effendy I, Tirri BF, et al. Guideline: vulvovaginal candidosis (AWMF 015/072, level S2k). Mycoses. 2021, 64, 583-602.

Crompton R, Williams H, Ansell D, et al. Oestrogen promotes healing in a bacterial LPS model of delayed cutaneous wound repair. Lab. Invest. 2016, 96(4), 439-449.
Martinez RC, Franceschini SA, Patta MC, et al. Improved treatment of vulvovaginal candidiasis with fluconazole plus probiotic Lactobacillus rhamnosus and Lactobacillus reuteri. Lett. Appl. Microbiol. 2009, 48, 269-274.

Pendharkar S, Brandsborg E, Hammarstrom L, et al. Vaginal colonisation by probiotic lactobacilli and clinical outcome in women conventionally treated for bacterial vaginosis and yeast infection. BMC Infectious Diseases. 2015, 15, 255.

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